O equilíbrio entre liderar e colocar mão na massa

Sempre acreditei e ainda acredito na liderança pelo exemplo. Percebo que é muito mais fácil ganhar o respeito de um time quando de fato o líder sabe como fazer e ainda sim ajuda as pessoas chegarem aos melhores resultados.
Sofri muito no início quando comecei a ter responsabilidades de liderança. Não é fácil pensar que você precisa ter uma visão além do fluxo que está desenhando.
A liderança vai além da parte técnica de um projeto. É preciso ter bastante sensibilidade e entender que você está lidando com seres humanos que tem objetivos e dificuldades bastante diferentes. Às vezes é preciso adaptar a comunicação e o feedback para que você seja mais assertivo dentro do todo.
Não adianta mostrar como se faz uma determinada parte do trabalho se você não deixa as pessoas tentarem, principalmente porque elas não vão aprender se não souberem onde estão errando.
É importante ter muito cuidado ao mostrar como você pensa que uma solução deveria ser para que as pessoas não se sintam ofendidas com a sua proposta.
Normalmente organizo o meu tempo entre ajudar o time a ter uma visão estratégica e costumo criar tarefas para mim que ajudam a contribuir para o avanço de um projeto.
Não é somente sobre fazer gerenciamento, é sobre conseguir participar de um projeto de forma natural, sem deixar de ajudar a todos alcançarem seus objetivos. Mesmo que você seja líder de uma banda, você não deve parar de tocar o seu instrumento.
Gosto de saber no final dia ou de uma semana se consegui equilibrar bem entre tarefas que ajudam um projeto caminhar e trazer minha experiência para o time.
Consigo medir como estou usando o meu tempo através do meu calendário. Normalmente analiso se estou enfurnado resolvendo apenas questões burocráticas ou apenas produzindo como todos sem ter uma visão ampla dos problemas. Fazer apenas um ou outro traz pouca relevância para o quanto posso contribuir.
Julie Zhuo, Vice Presidente de Design do Facebook, diz em um post aqui no Medium que divide seu tempo da seguinte forma: 60% liderança e assuntos burocráticos e 40% projetando. Ela fala sobre a importância de medir essa divisão para identificar como ela pode melhorar sua rotina de trabalho.
Não estou dizendo que a forma como penso sobre liderança é certo ou errado. A ideia aqui é mostrar como eu me preocupo e me organizo em relação ao meu papel como designer e como referência para outras pessoas que ainda têm menos experiência do que eu.