Questione as convenções de design

Um dos maiores erros que cometemos quando iniciamos um projeto novo é querer reinventar todas as interações de um aplicativo. Muitas vezes acreditamos que essa postura ajuda a estabelecer o padrão de qualidade de um projeto.
As convenções são importantes em qualquer indústria para estabelecer os padrões e facilitar a vida das pessoas que precisam aprender a usar uma tecnologia.
Imagina como seria se a indústria automobilística tivesse um padrão diferente para cada carro automático, por exemplo. Seria péssimo ter que aprender a dirigir a cada carro que tivéssemos contato.
Por outro lado, é sempre muito perigoso quando as pessoas deixam de questionar toda e qualquer convenção de interação. Entender boas práticas de design é totalmente diferente de questionar algo e aplicar uma nova visão.
Quando quebrar as convenções de design?
Obviamente, você pode quebrar as convenções de design quando houver um motivo muito claro. Existem muitas práticas que não são questionadas há muito tempo.
Foi pensando em quebrar as convenções que Steve Jobs criou numa nova maneira de escrever no celular, em uma época que todas empresas usavam boa parte do aparelho para colocar um teclado físico.

Devemos questionar aquela forma de interagir velha e ultrapassada. Às vezes, é tão antiquada que não funciona mais com a nova geração. É o perigo que muitos designers cometem quando ainda usam o ícone de disquete para a função de salvar.
A Uber mudou o modelo da indústria de taxi. Hoje é muito estranho entrar em um carro e dizer onde é o seu destino e ter que pagar a corrida no final.
É papel do designer questionar. É super normal encontrar pessoas resistentes quando questionamos algo. Normalmente ouvimos: é assim e pronto, não vamos questionar isso agora. Se não vamos questionar agora, quando vamos questionar?
Convention is just permission to try better
- Autor desconhecido
Questionar como as coisas funcionam não tem nenhuma relação com briga ou teimosia. Está totalmente conectado com uma nova forma de olhar o problema.
Temos que ter muita educação e argumentos estruturados para construir o novo. Não adianta questionar de uma forma vazia e insistente. É preciso se colocar de uma forma curiosa para entender de onde vem as “limitações”.
Quem não questiona tem grandes chances de seguir o modelo velho, e dificilmente sairá da zona de conforto. Ficar na zona de conforto não ajuda a indústria evoluir.
Quem questiona as convenções, cria o novo e se torna referência. Quem não questiona, copia as referências de quem já fez a provocação. As pessoas que questionam as convenções, tem coragem de sair do lugar para se tornarem a próxima convenção que poucos vão questionar.
Questionar uma convenção não significa fazer o diferente. O objetivo é provocar o novo que é mais eficiente e surpreende as pessoas de alguma forma na experiência.