Seja vigilante do seu produto

Rogério Pereira
3 min readMar 2, 2019

Tenho estudado bastante nas últimas semanas formas e possibilidades de pensar em funcionalidades que ajudam as pessoas atingirem seus objetivos em um produto digital.

O desenvolvimento de uma ferramenta passa por pensar em funcionalidades que vão entregar valor para a marca e para as pessoas que irão utilizar.

Listar funcionalidade pode ser muito perigoso se a proposta de valor do produto não estiver clara. Se uma empresa não sabe muito bem onde deseja chegar, o olhar pode ser direcionado pela quantidade ou somente pelo o que o concorrente faz.

No final do dia a proposta de valor e como resolvemos um problema importa mais do que qualquer outra coisa. Dê um passo atrás caso a proposta de valor não esteja clara.

Ciclo de vida de um produto digital

As pessoas começam a interagir com um produto porque ele entrega uma experiência muito clara e simples de usar. Simplicidade e valor claro geram um engajamento inicial e principalmente a curiosidade das pessoas em explorar mais a solução.

Em seguida as empresas querem melhorar a experiência do cliente e acabam adicionando novas funcionalidades que prejudicam o valor que as pessoas encontram inicialmente.

Depois as pessoas sentem-se sobrecarregadas com o produto e percebem que o valor pelo qual elas começam a utilizar a solução não faz mais sentido.

Talvez o momento do Facebook retrate bem aquilo que estou falando. Conheço algumas pessoas que não usam mais o produto porque atualmente ele tenta fazer de tudo. O motivo inicial pelo qual essas pessoas começaram a usar o Facebook se perdeu, por isso muita gente procura outras alternativas.

Diga não para proteger o seu produto

Steve Jobs disse uma vez: “You have to pick carefully. I’m actually as proud of the things we haven’t done as the things I have done. Innovation is saying ‘no’ to 1,000 things.”

Jason Fried, Presidente da 37 Signals, disse uma vez que costuma ignorar os pedidos dos clientes de novas funcionalidades para o Basecamp. Fried disse que se uma funcionalidade for boa ela vai voltar a surgir no futuro.

Quanto mais funcionalidades você adiciona em um produto, mais difícil é manter a coerência e principalmente a simplicidade. Por isso, tanto na versão inicial de lançamento como na evolução é fundamental se manter vigilante sobre a proposta de valor.

Ser inovador não está relacionado a novas invenções, e sim sobre entender profundamente quais são os problemas que queremos resolver.

Saia mais do escritório

Muita gente ainda acha que ser designer significa dominar o Sketch ou qualquer outra ferramenta de desenho, ou prototipação para resolver os problemas. Outras pessoas acreditam que o designer precisa entender de código para desenhar soluções que são factíveis.

Não estou dizendo que a técnica de executar não seja importante, mas é fundamental que o designer também tenha a capacidade de entender que boa parte do seu trabalho está fora do ambiente confortável.

O designer precisa estar mais perto das pessoas que irão usar o produto para entender como melhorar a experiência. É preciso estudar profundamente como as coisas funcionam no negócio. É preciso conversar com usuários, área de negócio, tecnologia e todos que de alguma forma trabalham para entregar a melhor experiência para as pessoas.

Liderar a visão de produto também é o nosso papel como designers. Temos que ser responsáveis por provocar uma experimentação constante e uma atenção vigilante para o que realmente importa e aprimora o nosso design. Lembrando que aprimorar é bem diferente de adicionar.

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Rogério Pereira
Rogério Pereira

Written by Rogério Pereira

UX Designer. Over the last 15 years, I have been working on translating business needs into intuitive digital products.

Responses (2)

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Gosto demais das Leis do John Maeda e podemos fazer uma reflexão pra qualquer produto digital com elas. Na primeira lei ele já diz "The simplest way to achieve simplicity is through thoughtful reduction"; que eu acho que somada a lei número 10…

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Grande Roger. Ótimo artigo como sempre. Pra descobrir um problema ou entende-lo melhor é preciso “ estar por perto” .

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